terça-feira, 11 de outubro de 2011

FANFIC// You Belong With Me [one-shot]


Meu nome é Taylor e estou apaixonada pelo meu melhor amigo. Isso é um problema.
Lucas e eu nos conhecemos quando me mudei pra Nova York, somos vizinhos.  Sempre estudamos juntos, e pela proximidade acabamos virando amigos.
Ele sempre foi especial: atencioso, carinhoso, preocupado e lindo. Loiro, alto, olhos azuis, corpo de jogador de futebol (sim, ele joga futebol americano). Ele é lindo por dentro e por fora.
A janela do meu quarto dá pra do quarto dele, assim, agente acaba conversando por papel, eu escrevo grande num papel o que eu quero e ele responde da mesma maneira. É legal, e eu não sei o que seria de mim sem ele.
Eu tinha 7 anos quando cheguei aqui. Tímida, e totalmente anti-social.  A mãe dele veio nos dar as boas vindas na vizinhança e o trouxe junto, assim que nos vimos eu pude sentir que teria um amigo nessa nova vida.
Quer saber por que eu me mudei pra Nova York?
Bem, eu morava na Califórnia, com minha mãe, meu pai e meu irmão mais novo. A relação entre meus pais nunca foi das melhores, brigas todos os dias, insatisfação de ambos os lados, mas a gota d’água foi realmente quando minha mãe pegou meu pai na cama com outra. E não era qualquer uma, era minha tia. Foi terrível, me lembro como se fosse hoje, a gritaria, o barulho de mobília sendo jogada no quarto, depois a correria nas escadas, louças sendo quebradas na cozinha e depois, minha mãe arremessando todas as roupas de meu pai pela sacada.
Meu pai começou a beber e ameaçar a minha mãe, dizer que mataria a todos nós. Nós fizemos as malas, e pegamos o primeiro avião para Nova York. Vivemos em uma casa alugada por alguns dias, e logo, minha mãe conseguiu um bom emprego e compramos uma casa, com as economias.
Eu e Lucas estamos no mesmo ano e finalmente terminando. Aos 17 anos só pensamos para qual universidade iremos e em como conseguir ótimas notas.
Há alguns meses ele arrumou uma namorada, líder de torcida. Eu nunca havia sentido algo por ele além de amizade, ou talvez não percebesse que eu sentia até vê-lo com a Blair. Toda vez que ele estava com ela, eu sentida vontade de tirá-la dos braços dele, dar-lhe uns bons tapas e depois beijá-lo apaixonadamente. É claro, que eu nunca fiz isso, afinal, é melhor a amizade do que nada.
A tal da Blair é uma oferecida. Eu já a vi com outros garotos algumas vezes, mas não contei nada a ele porque eu não queria machucá-lo. Um dia ele vai ver com os próprios olhos, e eu vou estar por perto pra cuidar dele, como amiga. Nunca iria me aproveitar da sensibilidade de alguém.
Sei todas as manias dele, de dormir de barriga pra baixo, comer pão com manteiga e mel, mexer nos cabelos quando fica nervoso e chorar escondidinho quando está triste. Eu sempre estive ao lado dele, sempre pude consolá-lo quando estava triste, nos divertirmos juntos. Sempre fomos eu e ele, juntos em tudo, nas horas boas e ruins.
Faziam uns 4 anos que eu morava aqui quando meu irmão descobriu a leucemia. Eu fiquei transtornada com a notícia, Lucas esteve ao meu lado, cuidou de mim e ambos cuidamos do Peter. Ele tinha 9 anos quando morreu. Não resistiu ao tratamento.  Eu queria ficar sozinha e chorar pra sempre, mas o Lucas insistiu que eu fosse à escola, que eu comesse todos os dias, e agora eu estou bem melhor. Nunca vou esquecer-me do Peter, é claro, mas eu sei que eu tenho que seguir minha vida.
 Falta uma semana para o Baile de Verão, nosso ultimo baile no ensino médio. Eu vou para Oxford e ele pra Cambridge, em Londres. Não sei como vamos fazer pra manter nossa amizade a essa distancia toda, mas eu acredito que amizade verdadeira não há distancia que possa destruir, como o amor, só que sem ciúmes.
E aí vem ele.
- E aí, Tay? De volta pra casa, ou almoçar no Dan’s? – Ele passou as mãos nos cabelos, mostrando o nervosismo que ele estava tentando esconder.
-Melhor irmos no Dan’s, parece que você tem algo pra me contar. – eu sorri de ladinho, vendo a incredulidade estampada em seu rosto.
 - Hã? De onde você tirou isso? – ele piscou – Você lê mentes?
- Você sabe que eu o conheço quase melhor que você mesmo.
- Eu sei sim, então vamos lá... estou louco de fome!
Estar com ele era simples, tão fácil quanto respirar.
- Onde está a Blair? –lhe perguntei ao chegarmos no restaurante – Me vê um spaguetti ao molho branco com champignon. – me dirigi ao garçom que anotava o pedido.
-Eu quero o mesmo que ela, e 2 refrigerantes. Cocas. – ele deixou minha pergunta pairando no ar, esperando que eu me esquecesse.
- Lucas... A Blair, cadê? – cansei de esperar e acabei lhe perguntando novamente.
- Tem certeza que eu preciso falar? Não, não, nem precisa responder, melhor eu falar mesmo antes que eu exploda aqui. – parou por um segundo, como se estivesse escolhendo as palavras. Não que isso fosse me machucar, mas acho que ele estava tentando se poupar de ouvir as próprias palavras – Ela... ela... ela pediu um tempo, disse que eu sou muito grudento e que ela não gosta de gente assim.
- Lu fica calmo, ok? Lembra do meu lema de vida? – ele estava quase chorando.
- Se for pra ser, será. – recitamos juntos. Eu me levantei da cadeira, e lhe dei um abraço, daqueles que só um amigo de verdade pode lhe dar.
-Acho que eu me sinto melhor. Tay, você é maravilhosa em me acalmar, que bom que eu te contei.
Assim que terminamos de comer, fomos pra casa, e não nos vimos pelo resto do dia. Quando eu estava arrumando minha cama pra deitar, olhei pela janela. Ele estava sentado na cama, olhando pra mim . Escrevi num papel em letras garrafais: “ COMO VOCÊ ESTÁ?”. Ele pegou o bloco dele e respondeu : “CANSADO, NÃO SE PREOCUPE” .  Ele acenou, e puxou as cortinas.
Passei a noite pensando em ligar pra ele, saber se estava bem. Acabei por não conseguir dormir.
Ao amanhecer estava com olheiras sob os olhos. Me vesti rapidamente e corri tomar café. Dei um beijo em minha mãe e fui até o ponto esperar o ônibus. Ele estava lá, sentado, olhando pra rua. Não me parecia bem.
- Bom dia Lu! Dormiu bem?- eu já sabia a resposta, só queria saber se ele me diria a verdade.
- Boa dia. Huuuuum, minha noite não foi das melhores e parece que a sua também não. – ele apontou pras olheiras sob meus olhos. – Qual o motivo disso aqui?
- Acho que eu estava preocupada com um certo... – fui interrompida por uma buzina irritante. Olhei para o lado e dentro de um Porshe amarelo-canário estava a personificação do diabo, com seus longos cabelos castanhos, lindos olhos verdes, salto agulha e vestido tomara-que-caia vermelho. Me olhou de cima a baixo, analisando cada detalhe das minhas roupas. Eu estava vestindo camiseta larga, calças jeans e tênis, tinha meus cabelos presos num rabo-de-cavalo e meus óculos escorregando pelo nariz.
- Lucas, eu preciso falar com você. Entra aí, eu te levo pra escola. – ela abriu a porta do carona, chamando-o. – Vamos!
-Ãhn, até depois Taylor. – confuso, ele entrou no carro.
Ele não apareceu na primeira aula, nem na segunda. Quando começou a terceira aula ele entrou na sala e se sentou ao meu lado, como de costume. Ele estava sorrindo.
-Parece que foi tudo bem, não? – perguntei-lhe, me sentindo mais leve. Era bom vê-lo feliz novamente.
- É, agente voltou. – ele estava bobo.
- Tá pronto pro jogo de amanhã? – mudei de assunto.
- Nunca estive tão pronto.
O dia passou suavemente, e a manhã seguinte também.
Blair estava executando sua função de líder de torcida e eu, bem, eu tocava na banda. Lucas estava jogando maravilhosamente, fazendo muitos pontos.  Ele ganhou o jogo.
Procurou por Blair entre as líderes de torcida... ela não estava em lugar algum, deu mais uma olhado e a encontrou junto com o Chace, quase o agarrando, se esfregando nele e lhe dando parabéns pela vitória. De longe, vi sua expressão mudar, seu rosto ficar vermelho. Ele correu até ela e começaram a discutir, depois de alguns minutos, ele saiu, deixando ambos perplexos.
Quando cheguei em casa, fui direto para o quarto, olhei pela janela, suas cortinas estavam fechadas, mas as luzes do quarto estavam acesas. Decido não incomodá-lo. Supus que eu tivesse dito umas poucas e boas pra Blair, acho que ele não vai querer ela de volta.
 Dormi com o pensamento de que ele estava bem. No outro dia, ele não quis falar sobre o assunto, mas estava aparentemente bem. 
Não o vi mais com Blair nos dias seguintes, e ele estava muito bem, brincando. Comemos no Dan’s , ele jantou lá em casa em umas das noites, assistimos um filme.
E chegou o sábado, dia do baile.
Eu estava deitada na minha cama, com a cara enfiada nos livros, estudando pras provas finais. Queria chegar em Oxford com ótimas notas no Ensino Médio.
Ele apareceu na janela, e estendeu a plaquinha “VOCÊ NÃO VAI?”. Arranquei uma folha do meu caderno e escrevi “ NÃO, ESTOU ESTUDANDO.”.  Ele estava quase vestido, uma camisa branca social, gravata borboleta e calças pretas. Ele pegou o smoking em cima da cama e acenou.
Nesse momento, eu tive a grande idéia. Levantei-me, esquecendo dos cadernos em cima da cama. Tirei todo o conteúdo do meu guarda-roupa a fim de escolher um bom vestido. Nada. Corri escada abaixo e encontrei minha mãe preparando o jantar.
- Mãe, preciso de um vestido. – falei, quase sem fôlego.
-Pra que? – ela me perguntou, olhando pra uma caixinha de caldo de galinha.
- Preciso ir ao baile. É importante mãe. – ela se virou pra mim, observou-me de cima em baixo e disse:
-Acho que tenho algo que lhe caiba. – deixou a sopa pela metade, o tomate meio descascado e correu pro armário sob a escada.
- Tem que ser lindo.
- Eu sei, confia em mim, você será a garota mais linda do baile. - ela sorriu a me ver observando com curiosidade.
Nesse momento, ela tirou de dentro do armário o vestido mais lindo que eu já tinha visto. Era longo, branco, tomara-que-caia, com pequenos apliques.
- De onde saiu isso? – perguntei boquiaberta.
-Nem queira saber. – ela me deu um beijo na testa e correu pro andar de cima.
Eu a segui, e encontrei-a atirando varias caixas de sapatos pra fora do armário. Ela me sentou em frente à penteadeira, que estava repleta de maquiagem.  Passou base, pó, blush, sombra, lápis, uma grossa camada de rímel e um batom bem clarinho. Depois ela me ajudou a vestir o vestido, e arrumou meu cabelo, caindo em ondas pelas minhas costas. E declarou:
- Vestido de princesa, pede um sapatinho de princesa. – se ajoelhou e tirou os sapatos da caixa. Eram lindos como o vestido, da mesma cor, com a mesma elegância.
- Nem vou perguntar agora, mas depois você vai ter que me contar. - declarei, retirando os óculos e colocando lentes.
Mamãe me deu uma carona até a escola, o baile era no ginásio.
Quando cheguei, senti todos os olhares se voltando pra mim. Mas ninguém mais me importava. Procurei por Lucas. Ele estava vindo em minha direção. Blair apareceu na sua frente e tentou lhe beijar. Ele desviou e veio até mim.
Eu abri o papel que tinha em mãos. Já havia escrito aquilo há meses, logo que eu descobri que gostava dele, mas nunca tinha tido coragem de mostrar a ele. Estava escrito: “EU TE AMO”.
Inesperadamente, ele puxou do bolso de dentro do smoking outro papel, abriu-o. Para meu choque, estava escrito: “EU TE AMO”.
Ele segurou minha mão, me puxou pra mais perto dele, e me beijou. Aquele beijo que eu esperei por tanto tempo. Um beijo cheio de amor, de carinho. Esse beijo não se igualava a nenhum outro, de nenhum outro garoto que eu já havia beijado, era especial.
***
E as aulas chegaram ao fim. Lucas também foi aceito em Oxford e abandonou seus planos de ir pra Londres.
Fomos juntos pra universidade, e de agora em diante, eu sei que Ele só pertence a mim.
“You Belong With Me”.

FIM!



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