sábado, 29 de dezembro de 2012

Retrospectiva Arashi 2012

Yo! O ano passou voando né? 
Se foi corrido pra nós, meros mortais, fico me perguntando como foi pros meninos do Arashi. E, a partir dessa pergunta, resolvi fazer a retrospectiva, para que possamos nos orgulhar muitos dos nossos meninos!

Enjoy it!



Arashi Retrô 2012!




-Mou Yuukai Nante Shinai com Ohno Satoshi:



É uma combinação de comédia e mistério. Ohno interpreta o papel de Tarui Shotaro, uma pessoa comum, que desde criança sonhava em se tornar um herói. Atualmente ocupa-se fazendo trabalhos temporários. Sua vida toma um rumo inesperado quando a filha de um chefe da Yakuza pede que ele planeje um sequestro de mentira.



-Lucky Seven com Matsumoto Jun:




A trama gira em torno de 7 detetives que trabalham juntos para resolver os mais difíceis casos , com Matsumoto Jun interpretando um novato chamado Tokita Shuntaro. O jovem costuma se envolver emocionalmente com seus clientes, alvos de investigação, acarretando com isso, grandes problemas.


-Single Wild at Heart:




Lançado no dia 7 de março, a música foi usada como tema do dorama Lucky Seven, estrelado por Matsumoto Jun. Vendeu 550 mil cópias na primeira semana, fazendo com que o Arashi ocupasse o topo no ranking semanal da Oricon de 19 de março. 


-Blackboard SP "Mirai":




A minissérie de 3 episódios girou em torno de professores de diferentes épocas, lidando com os problemas de seus respectivos períodos. No primeiro episódio, Sakurai Sho interpreta Shirahama, um professor do ensino fundamental que ensina seus alunos a "morrerem pelo seu país" durante a guerra. Depois de perder o braço direito na guerra, ele volta a dar aula, sentindo-se confuso e culpado pelos ensinamentos dados aos seus alunos no passado.


-Tokyo Tower "Hana Arashi":




No dia 16 de março das 18h às 24h, a torre de Tóquio esteve iluminada com as cinco cores do Arashi. A ação fez parte da campanha "Hana Arashi" que visou promover os programas de primavera da emissora Fuji TV com os rapazes. 


-Kagi no kakatta Heya com Ohno Satoshi:




Ohno Satoshi interpreta um funcionário de uma importante empresa de segurança que tenta desvendar vários incidentes. Os crimes são cometidos em circunstancias aparentemente impossíveis (como dentro de um quarto sem meios aparentes de fuga). O personagem de Ohno é obcecado em chaves e fechaduras, dando-lhe certa vantagem em resolver cada mistério. 


-Single Face Down:




Lançado no dia 9 de maio, a música foi usada como tema do dorama Kagi no Kakatta Heya, estrelado por Ohno Satoshi. Vendeu 619 mil cópias, permitindo com que o single ocupasse o 7º lugar no ranking anual da Oricon de singles mais vendidos.


-Beautiful World DVD:




Lançado no dia 23 de maio, o DVD contém imagens gravadas no concerto ao vivo do grupo no National Olympic Stadium, realizado em 3 de Setembro de 2011, com a presença de 70 mil fãs debaixo de uma forte tempestade. Vendeu 714 mil cópias, permitindo que o grupo ocupasse o 1º lugar no ranking anual da Oricon de DVDs mais vendidos. 


-Mikeneko Homes no Suiri com Aiba Masaki:




Aiba Masaki interpretou Katayama Yoshitarou, filho de um famoso detetive da polícia. Ele atendeu ao ultimo desejo de seu pai, tornando-se também um detetive, mas devido à sua incapacidade de olhar para sangue e seu medo de altura, fantasmas e mulheres, ele não conseguiu ter sucesso em seu trabalho. Mas um dia, ele encontra um gato chamado Holmes, que pode compreender a fala humana e com poderes extraordinários de dedução. Os dois formam uma dupla, e juntos, conseguem resolver vários casos difíceis.


-Waku Waku Gakkou 2012:




Um evento de caridade em que os 5 membros do grupo se transformam em "professores" e ensinam seus "alunos" (fãs) abordando vários temas divertidos e educativos.


-Single Your Eyes:




Lançado em 6 de junho, a música foi usada com tema do dorama Mikeneko Holmes no Suiuri, estrelado por Aiba Masaki. Foi o single menos vendido do ano, por ter sido lançado logo após Face Down e o DVD da Tour Beautiful World.


-Sakurai Sho como repórter das Olimpíadas de Londres:




Foi a terceira vez que Sho participou deste tipo de evento esportivo. A primeira vez foi nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008) e depois nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver (2010). A abertura dos jogos aconteceu em 27 de julho, e o cantor esteve lá, ao vivo, acompanhando tudo de perto.


-24hr Television 2012:




Foi a terceira vez em que o grupo comandou o evento anual de caridade. Foram as principais personalidades em 2004 e 2008. O tema deste ano foi "Futuro" e cada membro escreveu uma carta para seu "eu do futuro". O programa foi transmitido em 25 e 26 de agosto pela NTV.  


-Arafes somente com Arashi e suas fãs:




O "Arashi Festival" foi realizado nos dias 20 e 21 de setembro no Tokyo National Stadium (Kokuritsu). As canções executadas nos shows foram decididas através de votação dos fãs. Para retribuir o carinho dos fãs, o "AraFes" não contou com a presença de nenhum Johnny's Jr no apoio. O DVD foi lançado em 26 de dezembro.


-Kuruma isu de Boku wa Sora wo Tobu com Ninomiya Kazunari:





Nino interpreta um homem com paralisia na parte inferior do corpo. Considerado um jovem delinquente quando mais novo, ele ficou paraplégico após confronto com um criminoso. A história relata sua luta para ser independente, apesar de estar condenado a uma cadeira de rodas. 


-Terceiro jato do Arashi:




O jato está em funcionamento desde 23 de outubro com voos domésticos. Estará funcionando até março de 2013. 


-Sakurai Sho como MC do Best Artist da NTV pela segunda vez:




Aconteceu em 30 de novembro, pela NTV. Sho Sakurai, além de ser o MC do programa, cantou junto ao grupo, Arashi, 3 músicas: Akashi, Love so Sweet e Wild at Heart. 


-Album e Live de Popcorn:




O album foi lançado em 31 de outubro. A turnê teve início em 16 de novembro, e os rapazes se apresentarão nos 5 grandes domes do Japão (Kyocera Dome Osaka, Sapporo Dome, Fukuoka Yahoo!JAPAN Dome e Nagoya Dome. Com as 16 apresentações e mais os dois shows do "AraFes", o número total de pessoas prestigiando o grupo, chegará a 870 mil.


-Apresentando Kouhaku Utagasen:




E pelo terceiro ano consecutivo, o grupo apresentará o Kouhaku Uta Gassen, desta vez, ao lado de Horikita Maki. O programa será exibido no dia 31 de dezembro, a partir das 19h30min (horário do Japão).





Ano cheio, o deles, não é? 
Vamos torcer juntos, para que 2013 seja ainda melhor que 2012, e que o nosso Arashi continue nos surpreendendo a cada dia.

Boas Festas pra vocês!
Espero que tenham gostado!

Beijos, 
Eloise Zanatto.

Fontes: TheDoramas e Arachikut.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 29





Capítulo 29

                – Espera, cadê a Ise-chan? – Ohno percebeu que ela estava demorando demais.
                Jéssika foi até a cozinha e voltou com um bilhete em mãos.
                – Aqui diz que ela foi buscar o pai da Haru no aeroporto e volta logo. – explicou, sabendo que era a única que entenderia o que estava escrito.
                – Bom, se não há aniversariante, não há festa. – Sho reclamou, levantando-se.
                – Vamos indo então. – Ohno disse, ajudando Nino a levantar-se.
                Os três aproximaram-se de Jéssika, mas esta os afastou, sorrindo largo.
                – Despedidas só amanhã, ok? – ela disse, apertando a cintura de Aiba.
                – Você vai no aeroporto? – Nino perguntou.
                –Definitivamente, eu vou! – sorriu.
                –Tudo bem então! Vamos indo Masaki? – Ohno chamou.
                – Vou ficar mais um pouco, pra ajudar a arrumar essa bagunça toda. – Aiba respondeu.
                Todos se aproximaram de uma Harumi que ressonava calmamente no sofá e afagaram-lhe carinhosamente o topo da cabeça, saindo em seguida, Nino murmurando um “jya ne” e puxando a porta atrás de si.
                – Vamos arrumar isso logo e ir para o meu apartamento. – Jéssika falou, juntando os copos e levando-os até a cozinha – Você sabe lavar louça?
                – Claro que sei! – Aiba sorriu –Não é porque sou ruim na cozinha que também não vou saber lavar louça. Já ajudei muito no Keikarou. Com a louça claro!
                 
~~

                Eloise estacionou o carro e correu até o saguão do aeroporto, onde Kenji estava sentado, mexendo no celular, esperando-a calmamente. Aproximou-se dele silenciosamente e tapou-lhe os olhos delicadamente.
                – Veio rápido. – ele sorriu – Mas pareceu uma eternidade!
                – Eu corri assim que ligou.
                – Cadê a pequena? – ele olhou para ela, perguntando-se se a filha poderia ter ficado no carro.
                – Com a Jéssika. – sorriu.
                – Vem cá. – ele puxou-a para perto de si e colou seus lábios nos dela, que correspondeu imediatamente – Estive esperando por isso o dia todo.
                – Devo admitir que eu também. – lembrou-se dos lábios sujos de glacê de Jun, enquanto comiam o bolo que fizeram, mais cedo.
                – Esse colar lhe caiu muito bem, exatamente como eu imaginava. – ele pegou o pingente com delicadeza.
                – Eu adorei, muito obrigada pelo presente. – ela pensou em todos os presentes que a vida havia lhe dado nos últimos dias – Vamos logo para casa!
                Ela puxou-o pelas mãos, tentando expulsar todos os pensamentos inúteis de sua cabeça.
                Durante o caminho, Kenji percebeu que ela estava longe, apesar de um largo sorriso estar estampado em sua face, o cenho franzido indicava que estava travando uma batalha dentro de si.
                – Acho que deveria ir. – Kenji disse, simplesmente, enquanto desciam do carro.
                – Onde? Hã? – Eloise percebeu que estivera em silêncio durante todo o percurso.
                – Amanhã, despedir-se deles. – respondeu, como se estivesse lendo os pensamentos confusos dela.
                – Não vou, eu já decidi. – forçou um sorriso em sua face, esperando estar demonstrando satisfação com sua decisão.
                – Vai se lamentar a vida toda se não for. – analisou.
                – Não vou! – insistiu.
                –Tudo bem, você é quem sabe, mas deveria ir. – ele esperou que ela abrisse a porta do apartamento.
                Deixou sua mala num canto da sala, enquanto Eloise ia até o quarto de Harumi.
                – A Jéssika levou a Haru para a casa dela. – constatou, trazendo o bilhete que a amiga deixara. Quando virou-o para que Kenji visse, percebeu que Jéssika havia usado o verso do bilhete que ela mesma deixara ao sair.
                Notou que a casa estava limpa, a louça lavada e lembrou-se mentalmente de agradecer à amiga quando a visse.
                – Quer tomar um banho? – ela perguntou, pensando em quão cansado ele estaria – Posso fazer um chá para nós enquanto isso.
                Ela levou-o até o banheiro e ele puxou a porta atrás de si, deixando-a entreaberta. Eloise encheu a chaleira, colocou-a sobre o fogão e permaneceu alguns segundos analisando as chamas azuis.
                Num impulso, foi até seu quarto, arrancou suas roupas e soltou os cabelos, que caíram em cascata, cobrindo seus seios. Abriu a porta do banheiro e entrou sutilmente. Quando abriu o box e entrou, percebeu que ele não conseguia conter sua surpresa ao vê-la ali.
                – Os anos foram gentis com você. – ele sussurrou, puxando-a para baixo da água junto à ele – Está ainda mais bonita.
                – E você está malhando! – sorriu, passando as mãos em seu abdômen definido.
                Ele puxou-a para mais perto de si e beijou-a suavemente, sem ardor, sem aquele desejo louco que sentiam um pelo outro anos antes. Era algo mais nobre, algo mais duradouro. Era amor.
                Ao saírem do banho, vestiram seus pijamas e tomaram o chá. Dormiram abraçados, como se fossem um só.
               
~~

                Jun percebeu que o sol já estava nascendo e que não pregara os olhos nem por um segundo, pensando se conseguiria despedir-se de Eloise. No dia anterior, decidira que iria entregar-lhe uma carta, então mesmo se ela não fosse, poderia pedir para que Jéssika entregasse.
                Encarou a carta, pensando se realmente havia escrito tudo. Era difícil pensar que em tão pouco tempo, sua vida mudara tanto, mas mesmo assim, não mudara nada.
                Ele olhou pela janela, o céu pintado de azul, rosa e amarelo, o sol surgindo lentamente na linha do horizonte. Sentiria falta dali. Sentiria falta dela.

~~
               
                Já eram quase 8h da manhã quando Jéssika, com sua incrível sutileza, invadiu o quarto de Eloise, exigindo que ela levantasse. Kenji levantara há pouco e estava no banho.
                – Eu não vou! – Eloise disse, cobrindo a cabeça com o travesseiro.
                – Como assim não vai? – Jéssika arrancou o edredom da cama.
                – Não posso ir, não vou aguentar! – olhou suplicante para a amiga.
                – Tudo bem, mas depois não diga que não tentei. – desistiu, largando os braços ao lado do corpo.
                – Diga que foi incrível estar com eles. – Eloise virou-se para a janela, observando o sol que invadia o quarto.
                – Caso mude de ideia, o voo deles sai às 10h. – disse, saindo do quarto – Tem certeza que não quer que eu diga nada ao Jun?
                – Absoluta, o recado é para todos.
                –Tudo bem, espero que não passe a vida toda lamentando-se por isso...
                – EU NÃO VOU! – ela gritou, como se assim, pudesse reafirmar sua decisão.
                – A Haru está vindo. – Jéssika avisou, mantendo a porta aberta para que a pequena passasse e fechando-a atrás de si.
                Harumi correu até Eloise, jogando-se na cama. Abraçou e beijou a mãe, sabendo que havia algo errado com ela.
                Ao sair do banho, Kenji deparou-se com Harumi abraçada à mãe, que tinha os olhos avermelhados.
                –Oi, tio Kenji! – Harumi cumprimentou-o, sorrindo, envolta pelos braços da mãe.
                – Olá, pequena. –Kenji correu até a cama e abraçou às duas – Vamos fazer café enquanto a mamãe toma banho?
                – Vamos! – ela seguiu Kenji até a cozinha.
                Eloise levantou-se e foi até o banheiro, deixou a água do chuveiro escorrer por alguns segundos e enfiou a cabeça sob ela, sem nem mesmo despir-se. Deixou que suas lágrimas se misturassem à água gelada e só voltou à realidade quando ouviu duas batidas leves na porta.
                – Está tudo bem? – Kenji perguntou.
                – Sim, sim, estou saindo. – respondeu, desligando o chuveiro.
                – O café está na mesa, venha logo.
                Vestiu-se, torcendo para que a vermelhidão em seus olhos já tivesse desaparecido por completo quando chegasse à cozinha. Lá, viu seu amor e sua pequena conversando como se fossem velhos amigos e novamente sentiu vontade de chorar, mas não deixou que as lágrimas escorressem, ela queria ser forte.
                – Elô? Elô? – Kenji observava Eloise paralisada, as mãos cheias de espuma e um prato na mão.
                – Oi? – ela respondeu, abandonando seus pensamentos.
                – Seque suas mãos! Eu não suporto isso! –Kenji reclamou, entregando-lhe o pano de prato.
                – Isso o quê? –  pensou, secando as mãos.
                –Vamos logo! – puxou-a, chamando Harumi.
                Pegou a bolsa dela, sua carteira e as chaves do carro.
                – Eu dirijo. – abriu a porta do carona para Eloise, que parecia não entender muito bem onde ele queria chegar.
                Kenji sentou Harumi na cadeirinha e afivelou o cinto de segurança. Somente quando saíam da garagem, Eloise entendeu o que ele estava fazendo.
                – Por quê? – ela questionou – Por que está fazendo isso?
                – Porque eu não vou conseguir viver vendo você sofrer. Você vai se culpar a vida toda se não for. Eu não posso viver vendo-a sofrer!
                Eloise não conseguiu responder, as lágrimas escorriam torrencialmente por sua face. Kenji acelerou, torcendo para que conseguissem chegar a tempo.
                – Porque a okaasan tá chorando? – Harumi perguntou baixinho, depois de algum tempo.
                – Ela só está triste, mas vai ficar tudo bem. – Kenji respondeu.
               
~~

                Aiba chegou ao hotel quando o dia estava quase amanhecendo, logo todos acordaram e puseram-se a arrumar as malas. Era visível que Jun não havia dormido, as olheiras ocupavam o espaço sob seus olhos, como se fossem permanentes.
                Às 8h30 saíram do Hotel e se encontraram com o chefe somente no aeroporto. Uma parte da staff havia voltado antes, logo depois das filmagens. Johnny Kitagawa sentara-se em uma das poltronas do saguão e estava imerso em um livro. Os cinco sentaram-se próximos ao chefe e logo Jéssika chegou. Jun suspirou alto quando viu que ela vinha sozinha. No fim, não iria poder se despedir de Eloise. Talvez seja melhor assim, pensou.
                Aiba e Jéssika permaneceram abraçados até minutos antes da partida. Beijaram-se demoradamente, Jéssika e Aiba, quando a primeira chamada para o embarque ecoou no saguão. Jéssika abraçou a todos, em seguida curvou-se e agradeceu por tudo. Ainda havia uma pequena chama de esperança tremulando no coração de Jun.
                – A Ise-chan – Jéssika falou, concluindo que a amiga realmente não viria – pediu que eu agradecesse por todos os momentos incríveis que ela pôde compartilhar com vocês. Arigatou gozaimashita.
                Sho, Nino e Ohno seguiram na frente, o segundo chamado ecoando. Aiba novamente beijou Jéssika e correu atrás dos outros. Jun, sentindo que ela realmente não viria, esticou sua carta para Jéssika.


Continua...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 28




Capítulo 28
               
                Jéssika observava Harumi adormecida em seu colo quando ouviu a campainha tocar. Levantou-se cuidadosamente, colocando a cabeça da pequena sobre uma almofada, a campainha tocando insistentemente.
                Ao abrir a porta deparou-se com um grande buquê de flores do campo, que escondia a face risonha de Aiba. Depois de passada a surpresa do presente e da visita, ela convidou-o para entrar, orientando-o a manter silêncio para não acordar a pequena.
                – O que está fazendo aqui? – Jéssika sussurrou, levando-o para a cozinha.
                – Vim passar o dia com você, afinal amanhã estarei indo embora. ­– o sorriso que ele mantinha em sua face foi substituído por um beicinho.
                Ela aproximou-se de Aiba e segurou uma de suas mãos firmemente, enquanto a outra envolvia sua cintura, puxando-o para perto de si até que seus corpos se tocassem.
                – Eu vou sentir sua falta. – ela murmurou, encostando seus lábios nos dele em seguida.
                – Vem comigo! – Aiba falou, quando conseguiu respirar novamente.
                – Não posso. – afastou-se, mantendo somente sua mão em contato com a dele.
                – Por quê? – ele inquiriu, sabendo que deveria haver um motivo aceitável.
                – Não posso simplesmente largar tudo, meu emprego, meus amigos, minha família e ir pra um lugar desconhecido. Tenho que manter meus pés no chão, mesmo que isso signifique ter que me esquecer do meu sonho, aquele mais impossível, que me acompanhou por boa parte da vida. – Jéssika enxugou uma lágrima que escorria por sua face.
                – Tudo bem, meu anjo, sei que é egoísmo meu te pedir isso. – Aiba sussurrou, passando a mão no cabelo de Jéssika e sorrindo timidamente.
                – Não... não é egoísmo não! Mas é só que agora eu não posso deixar tudo pra trás.
                – Sabe, eu não posso prometer frequência, até porque tenho pouco tempo livre – ele deixou que suas mãos deslizassem até a cintura dela e a envolvessem – mas posso vir te visitar às vezes e você também pode ir... eu banco os custos da viagem e se você sentir-se desconfortável em ficar na minha casa, pago hotel também...
                – Mas Masaki... – Jéssika protelou, tentando se afastar alguns centímetros dele, que a segurou firmemente e interrompeu-a com um largo sorriso no rosto.
                – Sem mas! Eu não vou conseguir ir embora em paz se você não prometer que vai me ver! E eu sei que você não pode pagar, então me deixe arcar com os custos do meu egoísmo. – disse, mantendo o sorriso no rosto, mas com um tom mais sério.
                – Tudo bem então. Se isso te faz feliz, com certeza fará a mim também.
                Eles olharam-se nos olhos, sorrindo, Aiba se aproximou mais e deixou que seus lábios se encostassem aos dela. Foi um beijo ritmado e sem urgência alguma, mas seus corações batiam descompassadamente. Jéssika afastou-se alguns centímetros e olhou-o nos olhos.
                – Parece um sonho. – ela sussurrou.
                – Eu sei. – Aiba respondeu.
Sim, parece mesmo um sonho eu tê-la encontrado, pensou.
 ~~

                Jun perguntou se poderia levá-la até em casa e Eloise entregou-lhe as chaves do carro. Antes de entrarem na garagem, ela olhou para as janelas de seu apartamento e constatou que somente a luz de seu quarto estava acesa. Jéssika e Harumi deviam estar assistindo algo, pensou, afinal o dia passara rápido e já havia anoitecido.
                – Esse “ilustríssimo eu” pode levá-la até lá em cima? – Jun perguntou, sorrindo.
                – Claro, ilustríssimo senhor Tsukasa Domyouji. – Eloise olhou para ele e, juntos, caíram na gargalhada.
                Assim que entraram no elevador, Eloise pegou-se pensando em Hanadan.
                – Sabe qual é minha parte favorita? – ela perguntou, incerta se deveria falar.
                – De quê? Hanadan? – ele mantinha os olhos no teto.
                – Hai.
                – Não, qual é?
                – A cena do elevador. – ruborizou –Sei que é estranho, mas eu gosto muito dessa cena porque foi lá que tudo começou.
                – Depois de horas na chuva, né?
                – Ver Domyouji molhadinho esperando por ela é lindo. – sorriu, as portas do elevador abrindo-se em seguida.
                No pequeno corredor que dava acesso aos apartamentos de Eloise e Jéssika, ambos hesitaram por alguns segundos. Jun desviou seu olhar do dela, repetindo para si mesmo que não deveria beijá-la, nem mesmo se ela quisesse.
                As portas do elevador fecharam-se atrás deles e Eloise abriu a porta de seu apartamento em seguida. A luz estava apagada, então levou sua mão até o interruptor, mas antes que pudesse apertá-lo, as luzes acenderam-se, mostrando-lhe sua sala, os rostos das pessoas que mais amava, todos usando chapeuzinhos de festa e cantando parabéns em inglês.
                A pequena Harumi sorria largo ao lado do bolo, Jéssika e Aiba seguravam as mãos firmemente, Nino parecia levemente entediado, Ohno e Sho seguravam uma grande faixa onde fora escrito à mão em japonês: “E esse é o mais profundo desejo do Arashi, da Haru e da Jessie: Otanjyoubi omedetou gozaimashita.”
                – Ah, arigatou, pessoal! – Eloise sorriu, sendo abraçada por Harumi enquanto limpava uma lágrima de emoção que escorrera em sua face.
                – Tudo ideia da Haru. – Aiba explicou – Deu trabalho, mas esses 3 ­­ – apontando para Sho, Nino e Ohno – só chegaram agora!
                – Só nos avisaram da festa há poucos minutos! –Sho defendeu-se.
                Eloise pegou sua câmera dentro da bolsa enquanto Jéssika posicionava a todos em volta do bolo. Ela posicionou-a sobre a TV, programou o temporizador, apertou o botão de disparo e correu para o centro do semicírculo, em frente ao bolo. Quando o flash iluminou a sala, sentiu sua cabeça sendo empurrada para cima do bolo.
                Com a cara toda lambuzada, levantou-se, pegando um grande pedaço de bolo com as mãos e jogou em Nino, que sabia ser quem a havia empurrado sobre o bolo. Ele desviou-se e o bolo acertou Sho. Em segundos, estavam todos cobertos de bolo e gargalhando.
                – Tudo bem, eu nem queria comer bolo mesmo. – Jun disse, limpando o bolo que havia grudado em seus óculos e colocando-o na boca – Mas este estava bom.
                E foi nesse clima de descontração que ficaram, até que Eloise ouviu seu celular tocando, que Sho deixara, ao chegar, sobre o balcão da cozinha, e quando todos ouviram o que tocava, puseram-se a cantar junto, num coro animado, enquanto Eloise saía em disparada até a cozinha.
                “Doushite? Me no mae wo tozashite. Dou suru? Kurai heya ni hitori ...~”
                Na tela indicava que o remetente da ligação era Kenji, então Eloise encostou a porta da cozinha enquanto apertava o botão verde.
                – Ainda acordada? – Kenji disse, antes mesmo que ela pudesse dizer oi.
                – Claro! – ela sorriu ao ouvir a voz dele, a algazarra na sala era algo distante, o barulho sufocado pela porta fechada.
                –Vem me buscar no aeroporto então?
                – Como assim? Você está de volta? – Ela assustou-se com a volta inesperada dele.
                – Não ia aguentar passar mais um dia longe de você! Venha logo! – ele disse, desligando em seguida.
                Eloise voltou à sala, onde Jun puxava um coro animado, todos cantando Love Rainbow, inclusive Harumi. Pegou sua bolsa e saiu de fininho, esperando que ninguém percebesse.

Continua...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 27





Capítulo 27

                – Cozinhar pra você! – Jun falou, sorrindo e abraçando-a em seguida – Otanjyoubi omedetou, Ise-chan!
                – Hã? – foi a única coisa que Eloise conseguiu dizer, confusa. Jun a mantinha em seu abraço, a cabeça enfiada em seus cabelos.
                – Só queria passar o dia com você, mas sabia que não iria querer vir até mim, então pedi ajuda aos meninos. – Jun explicou, sentindo o cheiro do cabelo dela.
                – Eu posso matar o Sho agora? Quase me enlouqueceu de preocupação. – Eloise disse, socando-o no braço, de leve.
                – Foi tudo ideia do Kazu. – ele explicou, sorrindo e esfregando o braço.
                – Esse Nino... – ela disse, olhando-o nos olhos. Sentiu uma força invisível puxando-a até ele, como se os lábios dele fossem uma espécie de imã e os dela, o metal que era atraído.
                – Q-quero fazer uma coisa. – ele disse, levantando-se rapidamente, antes que perdesse o controle.
                – O que?
                Jun foi até a cozinha e começou a remexer os armários, tirando várias coisas.
                – Vamos fazer um bolo! – ele informou, sorrindo e balançando uma embalagem de farinha.
                – Por que? – Eloise perguntou, confusa.
                – Eu disse que cozinharia pra você e, como é seu aniversário, vou fazer um bolo. Com glacê e tudo! – ele disse, animado, mas em seguida um beicinho formou-se em sua face – Só que vou precisar de ajuda, só sei fazer macarrão sozinho.
                – Se é isso que você quer, vou te ajudar. Comprou tudo que precisa? – ela disse, entendendo que se não ajudasse ele iria acabar explodindo a cozinha.
                – Sho-chan procurou receitas na internet e foi ao mercado. Suponho que tenha tudo aqui. – ele disse, enfiando a cabeça dentro de um armário . 
                – Deixa eu ver. – aproximou-se dele e empurrou-o de leve para que pudesse tirar todo o conteúdo do armário recém-abastecido – Acho que tem tudo mesmo, bom trabalho.
                – Créditos ao Sho-chan. – ele disse, coçando o olho esquerdo, que estava vermelho.
                – Não é melhor tirar a lente? – ela sugeriu, aproximando-se para olhar.
                – Vou tirar, não sei o que está errado. – ele disse, pegando uma mochila sobre o sofá e indo para o banheiro.
                Eloise apoiou-se na bancada e pôs-se a pensar se era saudável para os dois passarem o dia juntos. Pensou em Harumi esperando-a, correu até sua bolsa e remexeu nela à procura do celular. Retirou todo o conteúdo de sua bolsa, começando a entrar em desespero, então lembrou-se que havia o deixado sobre o painel do carro.
                – Jun? – ela gritou, jogando-se no sofá.
                – O que? – Jun respondeu com outro grito.
                – Você tem celular né? Me empresta, onegai?
                – Hai. – ele respondeu, e logo voltou para a sala, entregando seu celular para ela e sorrindo – Esse é provisório, só para usar aqui.
                Eloise nem conseguiu prestar atenção ao que ele dizia, olhando sem piscar para ele.
                – Sempre gostei quando você aparecia de óculos nos programas – soltou, arrependendo-se em seguida.
                – É mesmo? – ele sorriu – Uso pouco, acho que fico melhor sem eles.
                Ele sentou-se ao lado dela e observou-a por alguns segundos, breves segundos onde Eloise não conseguiu desviar seus olhos dos dele. Ela travava uma batalha em sua mente, onde um dos lados praticamente implorava para que vencesse a pouca distância que os separava e o beijasse e a outra parte gritava para que saísse dali o mais rápido possível.
                Jun desviou o olhar antes que Eloise decidisse o que fazer, prometendo a si mesmo que não faria nada que poderia se arrepender depois.
                – Não vai usar o celular? – ele falou, quebrando o silêncio que havia se instaurado.
                – Ah, vou sim. – sorriu, discando o número de sua casa.
                Antes do terceiro toque, Jéssika atendeu e, depois de vários minutos tranquilizando Eloise, prometendo que cuidaria de Harumi e insistindo que não havia problema em ficar com ela, finalmente Eloise convenceu-se de que poderia passar o dia ali tranquilamente e que, ao anoitecer, iria para casa, curtir o resto do dia com sua pequena.
                Ao desligar, deixou o celular sobre a perna de Jun e murmurou um “arigatou”, lembrando-se, em seguida, de uma coisa que sempre quis fazer. Aproximou-se dele, que assistia um programa qualquer na TV,  e com apenas um toque sorrateiro sobre suas costelas, Eloise teve a satisfação de vê-lo levantar-se rapidamente do sofá, com o sorriso que tanto gostava estampado em sua face.
                – Ei, fazer cócegas é covardia! – ele reclamou, trocando o sorriso por seu melhor olhar de ofendido.
                – Então tem cócegas mesmo. – Eloise disse mais para si mesma, como se estivesse pensando em voz alta – A Mao-chan sabia exatamente onde era seu ponto fraco...
                – É, nós namoramos por algum tempo... – disse, ruborizando.
                – Sempre achei muito bonitinho vocês juntos, e torcia para que realmente fossem um casal – ela disse, se arrependendo em seguida.
                – Ah é? Então é uma fã de Hana Yori Dango? – Jun sorriu, mudando o foco do assunto.
                – Não só de Hanadan, mas de Bambino, Kimi wa Petto, Smile, Natsuniji... Acho que é mais fácil admitir que sou fã de qualquer coisa que você faça...– ela murmurou a ultima parte, sentindo suas bochechas queimando.
                – Fico feliz que goste do que faço! – Jun disse, sorrindo satisfeito e levantando-se em seguida – Vamos fazer esse bolo então?
                – E porque não faríamos? – Eloise sorriu, seguindo-o até a cozinha.

*----*

                Com farinha espalhada por toda a cozinha e o bolo pronto, dentro da geladeira, Eloise e Jun jogaram-se no sofá, rindo da bagunça que deixaram na cozinha.
                – Acho melhor limparmos... – ela sorriu.           
                – Pode deixar que vou dar uma boa gorjeta por conta da bagunça – Jun sorriu, bagunçando o cabelo de Eloise, na esperança de conseguir tirar a farinha que havia caído ali.
                – Não vai conseguir limpar – Eloise bateu no cabelo dele, sabendo que seria uma tentativa frustrada.
                – Acho que tomar um banho de piscina agora não seria ruim, não é? – ele propôs.
                – Mas eu não trouxe biquíni nem nada... – reclamou, deitando-se no sofá.
                – Deve ter algo ali na lojinha do hotel... Está calor. – insistiu.
                – Tudo bem, vamos ver se encontramos algo que se encaixe no meu padrão de biquíni decente.
                – E qual seria seu padrão? – Jun interessou-se.
                Eloise explicou que o seu padrão era diferente do das mulheres de propaganda de cerveja e que não costumava sair por aí mostrando a bunda toda. Jun deixou que seus lábios formassem um beicinho por alguns segundos e depois disfarçou, colocando a carteira no bolso e chamando-a para descer. Depois de revirar as araras da loja para turistas, Eloise finalmente achou um biquíni de seu gosto, que Jun comprou junto com uma camiseta para que vestisse depois.
                Ela se perguntava o que os outros diriam se os vissem juntos, cobertos de farinha e conversando como velhos amigos, mas logo que colocou os pés na água geladinha da piscina esses pensamentos foram arrancados de sua cabeça.
                Nesta época do ano, havia poucas pessoas hospedadas no Hotel e no meio da manhã ele parecia praticamente inabitado, sendo que Eloise tinha a piscina só para si enquanto Jun se trocava no quarto.
                Jun pediu que ela descesse antes dele, que ainda estava trancado no banheiro. Ele repetia para si mesmo que a melhor coisa que poderia fazer era mostrar pra ela que o amor dele era mais do que ela imaginava. E que, mesmo que ela não o escolhesse, poderiam ser bons amigos.  Estava encostado na parede, repetindo como se fosse uma fala que deveria decorar para algum dorama, que não deveria fazer nada, que não deveria deixar-se levar mesmo que ela estivesse de biquíni na sua frente, mesmo que ele desejasse tê-la em seus braços.
                Cerca de 15 minutos depois, quando Jun chegou na piscina, pôde ver somente a sombra de Eloise, que atravessava a piscina, mergulhando. Sem pensar duas vezes, jogou-se na água e pegou-a pelos pés, fazendo com que ela tirasse a cabeça d’agua e dirigisse a ele seu melhor olhar reprovador, sorrindo em seguida.
                – Baka! Quase me matou afogada! – Eloise disse, sorrindo e jogando água nele.
                – Yaaa! Vai desmanchar meu cabelo!– ele reclamou, passando as mãos molhadas em seu cabelo.
                – Mas já estava molhado! –ela riu, aproximando-se dele e novamente cutucando-o nas costelas, dessa vez sem soltar até que ele estivesse sem ar e nem conseguisse mais rir.
                – Covardia! – Jun disse quando conseguiu recuperar o fôlego, pensando em uma maneira de vingar-se dela.
               
*---*

                O sol estava à pino quando, finalmente, Eloise saíra do banheiro vestindo a camiseta que Jun comprara e o shorts que estava sob o vestido. Jun vestira um avental e cozinhava com um enorme sorriso em seu rosto.
                – Fico me perguntando como você conseguiu fazer alguma coisa com a cozinha nesse estado... –Eloise disse, observando-o mexer a frigideira com os ingredientes dentro.
                – Empurrei tudo pra um canto só, ué – Jun sorriu, sem tirar os olhos da frigideira.
                – É estranho, sabe, ver você cozinhando assim, depois de assistir tantas vezes você, quer dizer, o Ban ou o Taiga fazendo isso...
                – Hoje você vai experimentar dos meus dotes culinários então! – ele piscou pra ela, enquanto escorria o macarrão.
                Ele fazia tudo com muita confiança, Eloise notou, desde cortar os ingredientes, revirá-los na frigideira e, a parte preferida dela: quando ele adicionava o macarrão já cozido aos demais ingredientes. Durante todo o tempo Eloise observou-o, escorada ao marco da porta: o sorriso ocupando toda sua face, totalmente concentrado.
                – Gosta disso, não é? – ela perguntou, enquanto Jun acertava o sal.
                – Muito... é como uma terapia. Quando estou nervoso demais, ou quando a minha agenda está tão apertada que mal tenho tempo para respirar, assim que consigo alguns minutos, eu corro para o meu apartamento e cozinho, nem que seja só pra mim. Adoro isso.
                – Posso tirar foto da comida? Sei que não pode tirar fotos, mas só da comida, para eu lembrar...– Eloise disse, incerta.
                – Pode tirar quantas quiser, comigo, só da comida, o que quiser... sei que não vai usá-las para algo que comprometa à mim ou ao restante do grupo. Confio em você.– ele respondeu, ainda sorrindo, enquanto colocava o macarrão nos pratos.
                Eloise não pensou duas vezes e correu buscar a câmera que sempre estava em sua bolsa, afinal, ela trabalhava num verdadeiro cartão postal. Fotografou o prato, a bagunça sobre a pia, o cozinheiro concentrado nos últimos detalhes...
                – Você não se incomoda com as fotos? – ela disse, depois de algum tempo.
                – De jeito nenhum, sou acostumado. Vem, tira uma junto comigo – Jun tomou a câmera das mãos de Eloise e puxou-a para perto de si, posicionando a câmera em frente a eles. – Sorria!
                O flash a cegou momentaneamente, fazendo com que ela fechasse os olhos, e só abrisse novamente quando Jun colocou a câmera em sua mão.
                – Vamos comer! – ele disse, indo até a mesa e puxando a cadeira para que ela se sentasse, em seguida servindo-a como aprendera em Bambino e só depois, sentou-se em frente à ela, com seu prato.
                No prato de Eloise não sobrou nem o molho para contar história, enquanto Jun remexia em seu prato praticamente intocado, olhando-a disfarçadamente.
                Depois de dar um sermão de mãe, dizendo que ele deveria comer mais, Eloise tirou a mesa, empilhando os pratos sobre a pia e jogou-se no sofá em seguida.
                – Tenho uma coisa aqui que eu acho que vai gostar. – Jun aproximou-se com as duas mãos nas costas.
                – E o que seria?
                Ele entregou-lhe uma caixinha que continha um disco dentro, sem nada escrito.
                – Essa é a versão de teste de um jogo que o Nino ajudou a desenvolver. É um jogo de dança, com nossas músicas e nossas coreografias. – contou, sorrindo ao ver Eloise boquiaberta.
                – Eu quero muito jogar isso! – Eloise exclamou, maravilhada.
                – Nino providenciou os equipamentos necessários para nós, só tem que instalar na TV – Jun disse, apontando uma caixa ao lado do sofá.
                – Eu me viro com isso. – ela levantou-se, puxando fios e mais fios de dentro da caixa e conectando-os a TV.

*-----*

                – Tudo bem, eu me rendo! – Eloise disse, deitando-se no chão, suada da cabeça aos pés e ofegando.
                – Ah, não me diga que já cansou?! Foram só duas horas! – Jun falou, secando o suor que escorria em sua testa e sentando-se no sofá.
                – Eu não estou preparada fisicamente para isso! E é covardia ter você como concorrente... você sabe todas sem nem precisar olhar e pode dançar por 3 horas sem nem ficar ofegante. – reclamou, ainda deitada.
                – Eu disse que ia vingar o que você fez comigo na piscina. – ele riu ao ver a situação em que ela estava.
                – Muito malvado você... – Eloise disse, levantando-se e indo até a cozinha, tomar um copo de água.
                – Sou nada... – Jun defendeu-se e em seguida, decidiu que aquele era o momento certo para a conversa que tanto adiara – Vem cá, quero conversar com você.
                Eloise aproximou-se, apreensiva, sentando-se no sofá em frente a ele, que sorriu ao ver como sua expressão mudara tão rapidamente.
                – Não precisa ficar com medo. – Jun pegou uma mecha do cabelo dela.
                – Não estou com medo, só que você mudou de assunto muito rápido – Eloise não conseguiu evitar que um arrepio percorresse sua coluna ao toque dele.
                – Tudo bem, vamos fazer uma coisa legal então. – levantou-se e foi até a cozinha, aparecendo alguns segundos depois com o bolo que haviam feito e duas colheres, sorrindo.
                – Vamos comer assim? – ela sorriu, pegando uma das colheres e sentando-se ao lado de Jun.
                – Claro! E tem jeito melhor de comer bolo? – Jun enfiou sua colher no bolo.
                – Já que você diz... – Eloise seguiu o exemplo de Jun, tirando um grande pedaço e enfiando-o na boca.
                – Vamos assistir alguma coisa? – ele propôs, pagando uma colherada do bolo e enchendo a boca.
                – O que?
                – Você escolhe.
                – Tudo bem então, quero realizar um sonho.
                – Outro? – ele sorriu, sujando o nariz dela com o bolo.
                – Claro, já que tenho a oportunidade... – sorriu, limpando o bolo do nariz– Depois das 5 primeiras vezes que eu assisti Hanadan, comecei a imaginar como você reagiria ou ver-se, alguns anos depois, como aquele personagem. Então, o que eu quero é assistir o primeiro episódio de Hanadan com você. – ela disse, sem saber se ele concordaria, mas mostrando um sorriso tímido em sua face.
                – Só isso?
                – Como assim, só isso? É muita coisa! Que fã teria essa oportunidade? – e ao dizer essas palavras, pensou nas outras tantas oportunidades que havia tido nesses últimos dias –Que fã teria a oportunidade de vê-lo em roupas de banho ao vivo e à cores, que fã poderia nadar com você, cozinhar com você, tirar fotos com você, comer com você...? E mais, que fã teria a oportunidade de passar algum tempo ao lado dos ídolos, em sua terra natal?
                – Você. – Jun sorriu, concluindo que o assunto estava ficando sério demais – Vamos assistir, então.
                – Mas e o assunto sério que íamos conversar? – Eloise inquiriu.
                – Passo, podemos falar sobre isso depois. – ele deu-se conta de que não tinham como assistir Hanadan naquele momento – Temos um problema maior agora.
                 – Qual? – ela percebeu que ele tentava pensar em uma solução.
                – Não temos Hanadan. Ou temos? – um sorriso esperançoso abriu-se em sua face.
                – Na internet sempre tem tudo. Por um acaso, naquela caixa de coisas que o Nino mandou, veio um notebook, não é? – Eloise levantou-se antes que ele pudesse responder, e depois de remexer um pouco no conteúdo da caixa, retirou um notebook.
                – Parece que sim, né.
                – Hm, deixa comigo, que eu acho rapidinho aqui. Afinal, ser fã de Arashi me ensinou muitas coisas. – enquanto falava, já digitava em sites de buscas o que queria, Jun observando-a atônito.
                – É muito difícil? Quer dizer, é muito difícil para conseguir nossas coisas daqui?
                – Bastante, até porque, tudo é muito caro, ainda mais com o frete abusivo que é cobrado e a demora pra entrega... Mas vale a pena!
                – Seria mais fácil se vendêssemos no mundo todo, não é? – ele disse, ainda observando-a abrir mais e mais abas no navegador – Já propusemos isso ao chefe, mas está sendo difícil convencê-lo... Estamos trabalhando nisso.
                – No início foi difícil, até porque eu não trabalhava e minha mãe nunca gostou muito que eu fosse fã de vocês... Ela dizia que atrapalhava nos estudos. Mas enfim, assim que eu comecei a trabalhar, passei a correr atrás de tudo o que podia, e hoje, minha prateleira está repleta de coisas originais.
                – E como você tinha acesso às nossas coisas antes? – Jun mostrou-se interessado.
                – Internet. Difícil de achar, pesado para baixar, mas sempre dei um jeito. – ela sorriu, sabendo que não era legal baixar as coisas da internet.
                – Hm, entendo... – a mente de Jun tentava alcançar uma solução para esse tipo de problema, fazer com que tudo fosse mais acessível para os fãs do outro lado do mundo.
                – Achei! – Eloise declarou, ligando o notebook à TV – Já podemos assistir.
                – Claro! – Jun sorriu e jogou-se no chão, puxando uma almofada sob sua cabeça – O sofá é seu.
                – Obrigada.
                E assim, começou o primeiro episódio de Hanadan, e em seus 45 minutos, Eloise teve a oportunidade de ver Jun escondendo seu rosto nas mãos, envergonhado, mais de uma vez. Inúmeras vezes, pegou-se repetindo as falas de Makino e Jun a acompanhava, repetindo as de Doumyoji, caindo na gargalhada em seguida.

Continua...