segunda-feira, 26 de novembro de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 27





Capítulo 27

                – Cozinhar pra você! – Jun falou, sorrindo e abraçando-a em seguida – Otanjyoubi omedetou, Ise-chan!
                – Hã? – foi a única coisa que Eloise conseguiu dizer, confusa. Jun a mantinha em seu abraço, a cabeça enfiada em seus cabelos.
                – Só queria passar o dia com você, mas sabia que não iria querer vir até mim, então pedi ajuda aos meninos. – Jun explicou, sentindo o cheiro do cabelo dela.
                – Eu posso matar o Sho agora? Quase me enlouqueceu de preocupação. – Eloise disse, socando-o no braço, de leve.
                – Foi tudo ideia do Kazu. – ele explicou, sorrindo e esfregando o braço.
                – Esse Nino... – ela disse, olhando-o nos olhos. Sentiu uma força invisível puxando-a até ele, como se os lábios dele fossem uma espécie de imã e os dela, o metal que era atraído.
                – Q-quero fazer uma coisa. – ele disse, levantando-se rapidamente, antes que perdesse o controle.
                – O que?
                Jun foi até a cozinha e começou a remexer os armários, tirando várias coisas.
                – Vamos fazer um bolo! – ele informou, sorrindo e balançando uma embalagem de farinha.
                – Por que? – Eloise perguntou, confusa.
                – Eu disse que cozinharia pra você e, como é seu aniversário, vou fazer um bolo. Com glacê e tudo! – ele disse, animado, mas em seguida um beicinho formou-se em sua face – Só que vou precisar de ajuda, só sei fazer macarrão sozinho.
                – Se é isso que você quer, vou te ajudar. Comprou tudo que precisa? – ela disse, entendendo que se não ajudasse ele iria acabar explodindo a cozinha.
                – Sho-chan procurou receitas na internet e foi ao mercado. Suponho que tenha tudo aqui. – ele disse, enfiando a cabeça dentro de um armário . 
                – Deixa eu ver. – aproximou-se dele e empurrou-o de leve para que pudesse tirar todo o conteúdo do armário recém-abastecido – Acho que tem tudo mesmo, bom trabalho.
                – Créditos ao Sho-chan. – ele disse, coçando o olho esquerdo, que estava vermelho.
                – Não é melhor tirar a lente? – ela sugeriu, aproximando-se para olhar.
                – Vou tirar, não sei o que está errado. – ele disse, pegando uma mochila sobre o sofá e indo para o banheiro.
                Eloise apoiou-se na bancada e pôs-se a pensar se era saudável para os dois passarem o dia juntos. Pensou em Harumi esperando-a, correu até sua bolsa e remexeu nela à procura do celular. Retirou todo o conteúdo de sua bolsa, começando a entrar em desespero, então lembrou-se que havia o deixado sobre o painel do carro.
                – Jun? – ela gritou, jogando-se no sofá.
                – O que? – Jun respondeu com outro grito.
                – Você tem celular né? Me empresta, onegai?
                – Hai. – ele respondeu, e logo voltou para a sala, entregando seu celular para ela e sorrindo – Esse é provisório, só para usar aqui.
                Eloise nem conseguiu prestar atenção ao que ele dizia, olhando sem piscar para ele.
                – Sempre gostei quando você aparecia de óculos nos programas – soltou, arrependendo-se em seguida.
                – É mesmo? – ele sorriu – Uso pouco, acho que fico melhor sem eles.
                Ele sentou-se ao lado dela e observou-a por alguns segundos, breves segundos onde Eloise não conseguiu desviar seus olhos dos dele. Ela travava uma batalha em sua mente, onde um dos lados praticamente implorava para que vencesse a pouca distância que os separava e o beijasse e a outra parte gritava para que saísse dali o mais rápido possível.
                Jun desviou o olhar antes que Eloise decidisse o que fazer, prometendo a si mesmo que não faria nada que poderia se arrepender depois.
                – Não vai usar o celular? – ele falou, quebrando o silêncio que havia se instaurado.
                – Ah, vou sim. – sorriu, discando o número de sua casa.
                Antes do terceiro toque, Jéssika atendeu e, depois de vários minutos tranquilizando Eloise, prometendo que cuidaria de Harumi e insistindo que não havia problema em ficar com ela, finalmente Eloise convenceu-se de que poderia passar o dia ali tranquilamente e que, ao anoitecer, iria para casa, curtir o resto do dia com sua pequena.
                Ao desligar, deixou o celular sobre a perna de Jun e murmurou um “arigatou”, lembrando-se, em seguida, de uma coisa que sempre quis fazer. Aproximou-se dele, que assistia um programa qualquer na TV,  e com apenas um toque sorrateiro sobre suas costelas, Eloise teve a satisfação de vê-lo levantar-se rapidamente do sofá, com o sorriso que tanto gostava estampado em sua face.
                – Ei, fazer cócegas é covardia! – ele reclamou, trocando o sorriso por seu melhor olhar de ofendido.
                – Então tem cócegas mesmo. – Eloise disse mais para si mesma, como se estivesse pensando em voz alta – A Mao-chan sabia exatamente onde era seu ponto fraco...
                – É, nós namoramos por algum tempo... – disse, ruborizando.
                – Sempre achei muito bonitinho vocês juntos, e torcia para que realmente fossem um casal – ela disse, se arrependendo em seguida.
                – Ah é? Então é uma fã de Hana Yori Dango? – Jun sorriu, mudando o foco do assunto.
                – Não só de Hanadan, mas de Bambino, Kimi wa Petto, Smile, Natsuniji... Acho que é mais fácil admitir que sou fã de qualquer coisa que você faça...– ela murmurou a ultima parte, sentindo suas bochechas queimando.
                – Fico feliz que goste do que faço! – Jun disse, sorrindo satisfeito e levantando-se em seguida – Vamos fazer esse bolo então?
                – E porque não faríamos? – Eloise sorriu, seguindo-o até a cozinha.

*----*

                Com farinha espalhada por toda a cozinha e o bolo pronto, dentro da geladeira, Eloise e Jun jogaram-se no sofá, rindo da bagunça que deixaram na cozinha.
                – Acho melhor limparmos... – ela sorriu.           
                – Pode deixar que vou dar uma boa gorjeta por conta da bagunça – Jun sorriu, bagunçando o cabelo de Eloise, na esperança de conseguir tirar a farinha que havia caído ali.
                – Não vai conseguir limpar – Eloise bateu no cabelo dele, sabendo que seria uma tentativa frustrada.
                – Acho que tomar um banho de piscina agora não seria ruim, não é? – ele propôs.
                – Mas eu não trouxe biquíni nem nada... – reclamou, deitando-se no sofá.
                – Deve ter algo ali na lojinha do hotel... Está calor. – insistiu.
                – Tudo bem, vamos ver se encontramos algo que se encaixe no meu padrão de biquíni decente.
                – E qual seria seu padrão? – Jun interessou-se.
                Eloise explicou que o seu padrão era diferente do das mulheres de propaganda de cerveja e que não costumava sair por aí mostrando a bunda toda. Jun deixou que seus lábios formassem um beicinho por alguns segundos e depois disfarçou, colocando a carteira no bolso e chamando-a para descer. Depois de revirar as araras da loja para turistas, Eloise finalmente achou um biquíni de seu gosto, que Jun comprou junto com uma camiseta para que vestisse depois.
                Ela se perguntava o que os outros diriam se os vissem juntos, cobertos de farinha e conversando como velhos amigos, mas logo que colocou os pés na água geladinha da piscina esses pensamentos foram arrancados de sua cabeça.
                Nesta época do ano, havia poucas pessoas hospedadas no Hotel e no meio da manhã ele parecia praticamente inabitado, sendo que Eloise tinha a piscina só para si enquanto Jun se trocava no quarto.
                Jun pediu que ela descesse antes dele, que ainda estava trancado no banheiro. Ele repetia para si mesmo que a melhor coisa que poderia fazer era mostrar pra ela que o amor dele era mais do que ela imaginava. E que, mesmo que ela não o escolhesse, poderiam ser bons amigos.  Estava encostado na parede, repetindo como se fosse uma fala que deveria decorar para algum dorama, que não deveria fazer nada, que não deveria deixar-se levar mesmo que ela estivesse de biquíni na sua frente, mesmo que ele desejasse tê-la em seus braços.
                Cerca de 15 minutos depois, quando Jun chegou na piscina, pôde ver somente a sombra de Eloise, que atravessava a piscina, mergulhando. Sem pensar duas vezes, jogou-se na água e pegou-a pelos pés, fazendo com que ela tirasse a cabeça d’agua e dirigisse a ele seu melhor olhar reprovador, sorrindo em seguida.
                – Baka! Quase me matou afogada! – Eloise disse, sorrindo e jogando água nele.
                – Yaaa! Vai desmanchar meu cabelo!– ele reclamou, passando as mãos molhadas em seu cabelo.
                – Mas já estava molhado! –ela riu, aproximando-se dele e novamente cutucando-o nas costelas, dessa vez sem soltar até que ele estivesse sem ar e nem conseguisse mais rir.
                – Covardia! – Jun disse quando conseguiu recuperar o fôlego, pensando em uma maneira de vingar-se dela.
               
*---*

                O sol estava à pino quando, finalmente, Eloise saíra do banheiro vestindo a camiseta que Jun comprara e o shorts que estava sob o vestido. Jun vestira um avental e cozinhava com um enorme sorriso em seu rosto.
                – Fico me perguntando como você conseguiu fazer alguma coisa com a cozinha nesse estado... –Eloise disse, observando-o mexer a frigideira com os ingredientes dentro.
                – Empurrei tudo pra um canto só, ué – Jun sorriu, sem tirar os olhos da frigideira.
                – É estranho, sabe, ver você cozinhando assim, depois de assistir tantas vezes você, quer dizer, o Ban ou o Taiga fazendo isso...
                – Hoje você vai experimentar dos meus dotes culinários então! – ele piscou pra ela, enquanto escorria o macarrão.
                Ele fazia tudo com muita confiança, Eloise notou, desde cortar os ingredientes, revirá-los na frigideira e, a parte preferida dela: quando ele adicionava o macarrão já cozido aos demais ingredientes. Durante todo o tempo Eloise observou-o, escorada ao marco da porta: o sorriso ocupando toda sua face, totalmente concentrado.
                – Gosta disso, não é? – ela perguntou, enquanto Jun acertava o sal.
                – Muito... é como uma terapia. Quando estou nervoso demais, ou quando a minha agenda está tão apertada que mal tenho tempo para respirar, assim que consigo alguns minutos, eu corro para o meu apartamento e cozinho, nem que seja só pra mim. Adoro isso.
                – Posso tirar foto da comida? Sei que não pode tirar fotos, mas só da comida, para eu lembrar...– Eloise disse, incerta.
                – Pode tirar quantas quiser, comigo, só da comida, o que quiser... sei que não vai usá-las para algo que comprometa à mim ou ao restante do grupo. Confio em você.– ele respondeu, ainda sorrindo, enquanto colocava o macarrão nos pratos.
                Eloise não pensou duas vezes e correu buscar a câmera que sempre estava em sua bolsa, afinal, ela trabalhava num verdadeiro cartão postal. Fotografou o prato, a bagunça sobre a pia, o cozinheiro concentrado nos últimos detalhes...
                – Você não se incomoda com as fotos? – ela disse, depois de algum tempo.
                – De jeito nenhum, sou acostumado. Vem, tira uma junto comigo – Jun tomou a câmera das mãos de Eloise e puxou-a para perto de si, posicionando a câmera em frente a eles. – Sorria!
                O flash a cegou momentaneamente, fazendo com que ela fechasse os olhos, e só abrisse novamente quando Jun colocou a câmera em sua mão.
                – Vamos comer! – ele disse, indo até a mesa e puxando a cadeira para que ela se sentasse, em seguida servindo-a como aprendera em Bambino e só depois, sentou-se em frente à ela, com seu prato.
                No prato de Eloise não sobrou nem o molho para contar história, enquanto Jun remexia em seu prato praticamente intocado, olhando-a disfarçadamente.
                Depois de dar um sermão de mãe, dizendo que ele deveria comer mais, Eloise tirou a mesa, empilhando os pratos sobre a pia e jogou-se no sofá em seguida.
                – Tenho uma coisa aqui que eu acho que vai gostar. – Jun aproximou-se com as duas mãos nas costas.
                – E o que seria?
                Ele entregou-lhe uma caixinha que continha um disco dentro, sem nada escrito.
                – Essa é a versão de teste de um jogo que o Nino ajudou a desenvolver. É um jogo de dança, com nossas músicas e nossas coreografias. – contou, sorrindo ao ver Eloise boquiaberta.
                – Eu quero muito jogar isso! – Eloise exclamou, maravilhada.
                – Nino providenciou os equipamentos necessários para nós, só tem que instalar na TV – Jun disse, apontando uma caixa ao lado do sofá.
                – Eu me viro com isso. – ela levantou-se, puxando fios e mais fios de dentro da caixa e conectando-os a TV.

*-----*

                – Tudo bem, eu me rendo! – Eloise disse, deitando-se no chão, suada da cabeça aos pés e ofegando.
                – Ah, não me diga que já cansou?! Foram só duas horas! – Jun falou, secando o suor que escorria em sua testa e sentando-se no sofá.
                – Eu não estou preparada fisicamente para isso! E é covardia ter você como concorrente... você sabe todas sem nem precisar olhar e pode dançar por 3 horas sem nem ficar ofegante. – reclamou, ainda deitada.
                – Eu disse que ia vingar o que você fez comigo na piscina. – ele riu ao ver a situação em que ela estava.
                – Muito malvado você... – Eloise disse, levantando-se e indo até a cozinha, tomar um copo de água.
                – Sou nada... – Jun defendeu-se e em seguida, decidiu que aquele era o momento certo para a conversa que tanto adiara – Vem cá, quero conversar com você.
                Eloise aproximou-se, apreensiva, sentando-se no sofá em frente a ele, que sorriu ao ver como sua expressão mudara tão rapidamente.
                – Não precisa ficar com medo. – Jun pegou uma mecha do cabelo dela.
                – Não estou com medo, só que você mudou de assunto muito rápido – Eloise não conseguiu evitar que um arrepio percorresse sua coluna ao toque dele.
                – Tudo bem, vamos fazer uma coisa legal então. – levantou-se e foi até a cozinha, aparecendo alguns segundos depois com o bolo que haviam feito e duas colheres, sorrindo.
                – Vamos comer assim? – ela sorriu, pegando uma das colheres e sentando-se ao lado de Jun.
                – Claro! E tem jeito melhor de comer bolo? – Jun enfiou sua colher no bolo.
                – Já que você diz... – Eloise seguiu o exemplo de Jun, tirando um grande pedaço e enfiando-o na boca.
                – Vamos assistir alguma coisa? – ele propôs, pagando uma colherada do bolo e enchendo a boca.
                – O que?
                – Você escolhe.
                – Tudo bem então, quero realizar um sonho.
                – Outro? – ele sorriu, sujando o nariz dela com o bolo.
                – Claro, já que tenho a oportunidade... – sorriu, limpando o bolo do nariz– Depois das 5 primeiras vezes que eu assisti Hanadan, comecei a imaginar como você reagiria ou ver-se, alguns anos depois, como aquele personagem. Então, o que eu quero é assistir o primeiro episódio de Hanadan com você. – ela disse, sem saber se ele concordaria, mas mostrando um sorriso tímido em sua face.
                – Só isso?
                – Como assim, só isso? É muita coisa! Que fã teria essa oportunidade? – e ao dizer essas palavras, pensou nas outras tantas oportunidades que havia tido nesses últimos dias –Que fã teria a oportunidade de vê-lo em roupas de banho ao vivo e à cores, que fã poderia nadar com você, cozinhar com você, tirar fotos com você, comer com você...? E mais, que fã teria a oportunidade de passar algum tempo ao lado dos ídolos, em sua terra natal?
                – Você. – Jun sorriu, concluindo que o assunto estava ficando sério demais – Vamos assistir, então.
                – Mas e o assunto sério que íamos conversar? – Eloise inquiriu.
                – Passo, podemos falar sobre isso depois. – ele deu-se conta de que não tinham como assistir Hanadan naquele momento – Temos um problema maior agora.
                 – Qual? – ela percebeu que ele tentava pensar em uma solução.
                – Não temos Hanadan. Ou temos? – um sorriso esperançoso abriu-se em sua face.
                – Na internet sempre tem tudo. Por um acaso, naquela caixa de coisas que o Nino mandou, veio um notebook, não é? – Eloise levantou-se antes que ele pudesse responder, e depois de remexer um pouco no conteúdo da caixa, retirou um notebook.
                – Parece que sim, né.
                – Hm, deixa comigo, que eu acho rapidinho aqui. Afinal, ser fã de Arashi me ensinou muitas coisas. – enquanto falava, já digitava em sites de buscas o que queria, Jun observando-a atônito.
                – É muito difícil? Quer dizer, é muito difícil para conseguir nossas coisas daqui?
                – Bastante, até porque, tudo é muito caro, ainda mais com o frete abusivo que é cobrado e a demora pra entrega... Mas vale a pena!
                – Seria mais fácil se vendêssemos no mundo todo, não é? – ele disse, ainda observando-a abrir mais e mais abas no navegador – Já propusemos isso ao chefe, mas está sendo difícil convencê-lo... Estamos trabalhando nisso.
                – No início foi difícil, até porque eu não trabalhava e minha mãe nunca gostou muito que eu fosse fã de vocês... Ela dizia que atrapalhava nos estudos. Mas enfim, assim que eu comecei a trabalhar, passei a correr atrás de tudo o que podia, e hoje, minha prateleira está repleta de coisas originais.
                – E como você tinha acesso às nossas coisas antes? – Jun mostrou-se interessado.
                – Internet. Difícil de achar, pesado para baixar, mas sempre dei um jeito. – ela sorriu, sabendo que não era legal baixar as coisas da internet.
                – Hm, entendo... – a mente de Jun tentava alcançar uma solução para esse tipo de problema, fazer com que tudo fosse mais acessível para os fãs do outro lado do mundo.
                – Achei! – Eloise declarou, ligando o notebook à TV – Já podemos assistir.
                – Claro! – Jun sorriu e jogou-se no chão, puxando uma almofada sob sua cabeça – O sofá é seu.
                – Obrigada.
                E assim, começou o primeiro episódio de Hanadan, e em seus 45 minutos, Eloise teve a oportunidade de ver Jun escondendo seu rosto nas mãos, envergonhado, mais de uma vez. Inúmeras vezes, pegou-se repetindo as falas de Makino e Jun a acompanhava, repetindo as de Doumyoji, caindo na gargalhada em seguida.

Continua...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

[Resenha] Princesa de Gelo - Thayane Gaspar Jorge


Princesa de Gelo
Thayane Gaspar Jorge



Editora: Modo
ISBN: 9788565588140
Páginas: 147
Ano: 2012
Edição: 1

Sinopse:
Ela fugia do amor como algo necessário à sua sobrevivência…”Alessa não tinha um coração! Acredite, é verdade! Até nos momentos em que a adrenalina prevaleceu em seu sangue fazendo-o trabalhar mais rápido, ela o negou; deveria ouvi-lo bater ou ao menos senti-lo, mas era como se seu coração não fizesse mais nada além de pulsar o sangue para que o corpo, ligado a uma alma mórbida, continuasse respirando.
Feitiço. Magia. Encanto. Poções. Bruxaria??? – Não! Apenas um coração e sua simplória maldição.”

Minha Opinião:
Confesso que quando tomei o livro em minhas mãos, cerca de 2 meses atrás, senti que a história seria boa. Hoje, logo após o meio dia, tateei minha prateleira em busca do livro que começaria a ler, e não hesitei em tomá-lo em mãos.

Me entreguei à narrativa da Princesa de Gelo sem pressa para terminar, e quando percebi, já havia passado da metade do livro e não conseguia parar de ler. Foi aí que decidi que o terminaria ainda hoje.

Nas primeiras páginas, somos apresentados à uma suicida, uma pessoa que tem um buraco onde deveria estar o coração –como ela mesma diz– e que se sente incapaz de continuar vivendo. Depois de enfiar a navalha nos pulsos e ver o sangue escorrendo pelo chão do banheiro sujo da escola, Alessa se despede da vida, e sente as mãos pesadas da morte carregando-a. Enganou-se em pensar que seria morte que a levava, pois era seu salvador.

Passado o susto, Eric – aquele que a salvou– começa a aproximar-se de Alessa, mesmo que ela deixasse explícito que não queria contato algum com ele, ou com qualquer pessoa na escola ou fora dela.

A partir daí, Eric se encarrega de ressuscitar o coração que estava morto dentro de Alessa –não, não era um buraco vazio, era só o local onde habitava um coração morto–, mesmo que isso signifique ter que doar um pouco de seu próprio.

A narrativa carregada de filosofias, e frases que te fazem suspirar, arrancou mais de um litro de lágrimas de meus olhos. As revelações deixavam um rastro de mistério, até que a próxima surgisse, dando um ritmo incansável à essa história de amor. Amor pela escrita, amor de verdade.

– As folhas caem das árvores assim como uma menina cai num buraco chamado solidão. Eu tento resgatá-la, porém sempre que a seguro pelas mãos, ela se solta, caindo mais e mais, tenho medo de um dia perdê-la de vista por causa da profundidade do tal buraco, e esquecer o jeito que ela faz com que eu me sinta.
                                                                                                            Página 25


Devo admitir, que mais difícil que escrever a resenha, foi escolher um trecho, afinal, todos eles são maravilhosos. No fim, abri o livro em uma página aleatória e escolhi uma das frases. 

Beijos,
Eloise Zanatto.